A prisão de um principais delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, nessa semana gerou surpresa, não porque parecia ser um ato de demonstração de que a impunidade estava começando a acabar de novo – como achávamos que seria com a própria operação que levou esse nome – mas por parecer mais uma ação de vingança.
No mesmo dia que vemos Lula dizer que durante sua prisão pensava em “foder” o juiz, agora senador, Sérgio Moro, a prisão de Youssef que colaborou muito para elucidar como funcionava aqueles crimes de corrupção se deu, segundo disseram, não por aquilo, mas por seu poder aquisitivo alto e incompatível com os de outros brasileiros – o poder aquisitivo de políticos, muitos deles que não tiveram ou tem outra ocupação, é muito maior que a maioria absoluta dos cidadãos brasileiros-. Também vimos nos últimos dias estarem ocupando a posição de julgadores dos corruptos um juiz que é critico às ações anteriores da Lava Jato (juízes e promotores) e, supostamente, é simpatizante do partido sócio (PT) nas acusações de crime, junto com PP e outros partidos, por suas declarações como com doações à campanha.
Com a colaboração de Youssef bilhões de reais foram recuperados pela operação Lava Jato, É FATO, o dinheiro não surgiu “do nada” para legitimar os processos contra aqueles que foram delatados pelo doleiro.
Em um país onde vemos assassinos confessos, filmados, serem liberados em poucos dias – até horas – fica difícil dentro desse “padrão Brasil” de punição ver Youssef ser preso por incompatibilidade financeira e não estar cumprindo o acordo e isso “não ter nada a ver com a Lava-Jato”. Se há crimes financeiros ou de outros tipos, se espera a comprovação para legitimar a prisão. Se não tem não há lógica dentro desse “padrão Brasil” de justiça que tenha sido preso, se tem a ver não faz sentido ir preso enquanto os corruptos que foram auxiliados por ele estarem tendo seus processos extintos, parados ou mesmo sendo inocentados.
Ou seja, por mais que achamos que a punição dele naqueles casos foi muito mais que branda, sua prisão agora só parece ser uma vingança por não ter sido leal ao grupo criminoso.
Atualização: Horas depois um desembagador mandou soltá-lo justamente pelo que argumentamos aqui.