De volta às salas de cinema, o tradicional festival É Tudo Verdade entra em sua 28ª edição apresentando 72 produções documentais de 34 países. O festival, que é todo gratuito, será realizado entre os dias 13 e 23 de abril em seis salas de cinema de São Paulo e em três salas no Rio de Janeiro.
A mostra se caracteriza pela variação de técnicas e temas. Na edição deste ano, por exemplo, há filmes que tratam desde a invasão da Ucrânia pela Rússia até regiões indígenas ameaçadas pelo narcotráfico e pelo garimpo no Brasil.
Há também filmes biográficos como os que abordam a vida de Paulo César Farias, PC Farias, que foi tesoureiro do então candidato à Presidência da República Fernando Collor de Mello, e a trajetória do ator Michael J. Fox, que foi diagnosticado com a doença de Parkinson aos 29 anos.
“O festival não tem um eixo temático, mas um dos temas que marca a cena internacional é a ascensão de forças antidemocráticas no mundo seja de forma explícita ou de forma mais implícita como formas de controle, ou de hiper vigilância, como vivemos hoje, além da força das fake news”, disse Amir Labaki, diretor-fundador do festival, em entrevista à Agência Brasil. “Outra característica que não é de tema, mas de forma, é que a gente tem uma utilização muito marcante de materiais de arquivo, de uma maneira menos ingênua do que era feita antigamente”, completou.
Outra característica da mostra neste ano é a maior presença de cineastas mulheres. “O festival sempre esteve preocupado com a questão da diversidade e em ter maior representação de cineastas mulheres, LGTQIA e afro-brasileiros. Neste ano, por exemplo, temos uma maioria de cineastas mulheres na competição internacional”, disse o diretor do festival, em entrevista coletiva concedida no Itaú Cultural, em São Paulo.
A mostra será aberta no dia 12 de abril, em São Paulo, com a apresentação do filme Subject, de Jennifer Tiexiera e Camilla Hall, que discute a ética na arte de fazer filmes documentais. A película explora a mudança na vida de pessoas que participaram de documentários famosos como A Praça Tahir e Na Captura dos Friedmans. Já no Rio de Janeiro, a sessão de abertura está marcada para o dia 13 de abril e vai apresentar 1968 – Um Ano na Vida, de Eduardo Escorel, que é baseado no diário Lost, escrito por sua irmã Silvia.
Esta é a primeira edição do festival desde o início da pandemia do novo coronavírus. Todos os filmes serão apresentados de forma presencial, embora alguns títulos também possam ser exibidos em plataformas digitais.
nd-widget-wrapper context-cheio_8colunas type-image”