A organização não governamental (ONG) Voz das Comunidades realiza neste sábado (8), a partir das 10h, no Rio de Janeiro, sua décima terceira ação de Páscoa, intitulada “PAZcoa das Comunidades”.
A meta é distribuir pelo menos 20 mil chocolates para crianças dos Complexos do Alemão e Penha e Vidigal. A ONG foi fundada pelo ativista Rene Silva, nascido e criado no Morro do Adeus, uma das favelas pertencentes ao Complexo do Alemão. Em 2005, então com 11 anos de idade, Rene criou o jornal Voz das Comunidades, para apresentar os problemas e reivindicar melhorias para a população.
A ação “PAZcoa das Comunidades” conta com a participação de oitenta voluntários da ONG e visa levar alegria e esperança para as favelas, na véspera do domingo de Páscoa.
“Muitas famílias aqui dentro das favelas passam por dificuldades financeiras e não conseguem comprar um chocolate. O que vemos há 13 anos é que um gesto simples pode transformar a Páscoa de uma criança. Mais que ovos, caixas de bombons ou barras de chocolate, estamos levando esperança, alegria e mantendo a tradição para essa criançada”, disse Rene à Agência Brasil. Além de levar solidariedade, o ato busca destacar que existe esperança de um futuro melhor para as famílias.
A manicure Luciene de Souza Rocha está participando pela primeira vez da ação. Ela tem dois filhos: uma adolescente de 16 anos e um bebê de dois anos e quatro meses. “Vai ser muito bom porque nem sempre eu consigo ter acesso a dinheiro para a criança. Meu marido está desempregado. Está bem difícil. Esse é o primeiro ano que meu filho entende de Páscoa. Para mim, vai ser maravilhosa essa ajuda”, admitiu.
Infância
Voluntária há 13 anos, desde a criação da “PAZcoa das Comunidades”, a biomédica Fernanda Pontes afirmou que essa é uma iniciativa ímpar para a comunidade, “porque há muitas pessoas que, no meio dessa ação, a gente tem a dimensão de que [elas] não têm acesso à Páscoa, a ovos de Páscoa, crianças que crescem sem essa ilusão. Porque essa data acaba sendo uma ilusão criada pelo comércio, ligada ao coelhinho, ao ovo de chocolate. E a gente lida com crianças que não sabiam disso e que perguntam: o que é isso, tia?”.
Segundo Fernanda, a iniciativa da ONG “é muito legal, porque leva esperança. É uma oportunidade de a criança viver a infância dela, como outras crianças. Eu estou muito feliz por ser voluntária do Voz”, afirmou Fernanda, que tem um espaço de biometria estética na comunidade Nova Brasília.
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