Os últimos dias foram marcados por novos confrontos entre as forças policiais e o bando que atacou uma transportadora de valores em Confresa (MT). Os novos embates aconteceram perto de Marianópolis, região oeste de Tocantins, estado para onde os suspeitos fugiram pelos rios e regiões de mata após o ataque.
O Major Thiago Monteiro, chefe da Assessoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Tocantins, comenta sobre os últimos embates: “Nós tivemos aí alguns confrontos aqui na região, na proximidade da zona urbana de Marianópolis, que chegou a seis criminosos – suspeitos de estarem envolvidos no crime em Confresa – que vieram a óbito”.
Desde o ataque, que aconteceu dia 9 de abril, uma força-tarefa mobilizou cerca de 350 policiais de cinco estados, helicópteros, embarcações, drones e cães farejadores. Um balanço da operação Canguçu foi feito pelo Major Monteiro: “A gente totalizou 15 óbitos, além dos dois presos. Dentro disso também vários armamentos apreendidos, entre os fuzis apreendidos já totalizamos aproximadamente 16 armas apreendidas nesses dias de operação, além de milhares de munições, capacetes balísticos, coletes balísticos, enfim, diversos equipamentos que colaboram para esse tipo penal, além de explosivos”, enumerou.
Interiorização do crime
O advogado Matheus Falivene, doutor e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), explica esse fenômeno de interiorização da criminalidade. “Esses crimes em cidades menores, pequenas cidades, são um fenômeno depois que nos grandes centros urbanos teve um crescimento do policiamento, o que dificultou o crime de roubo nesses grandes centros urbanos, então essas quadrilhas, que realizam esse tipo de crime, acabaram migrando para o interior ou para estados onde você tem uma segurança pública mais fraca ou menos distribuídas pela cidade”, comentou..
O tipo de crime praticado por esses bancos também muda um pouco, dependendo da localização, conforme analisa o especialista: “Esse é um fenômeno de migração de criminalidade, saiu do roubo a banco em grandes cidades, estourar caixas eletrônicos em grandes cidades e passou para transportadoras e bancos em cidades menores”, elucidou.
Histórico
A caçada aos criminosos que aterrorizaram a cidade mato-grossense de Confresa e fugiram para Tocantins pelos rios Araguaia e Javaés teve início em 10 de abril. Os suspeitos se espalharam em uma grande faixa de zona rural dos municípios de Pium, Marianópolis, Araguacema, Caseara e também na Ilha do Bananal.
Durante a fuga, o medo passou a fazer parte do cotidiano dos moradores da zona rural da região. Em fazendas do Tocantins os criminosos fizeram reféns, e os serviços públicos e a locomoção têm sido prejudicados. A caçada pelos bandidos conta com uma força-tarefa de 350 policiais de Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Pará. A cidade de Pium, em Tocantins, declarou situação de emergência. Os últimos confrontos aconteceram na região de Marianópolis. A mobilização para apreender os envolvidos no ataque segue ativa.
Fonte: Brasil61