O PIB do agronegócio brasileiro registrou recuou de 4,22% em 2022. O levantamento foi realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia aplicada (Cepea/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em 2020 e 2021 o PIB alcançou recordes sucessivos, considerado um dos melhores da história recente do setor.
Para os pesquisadores do Cepea, o fator principal nesta baixa de 2022 se deu tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias. Na agropecuária a alta apareceu na produção de fertilizantes, combustíveis, sementes, máquinas e outros.
Considerando-se os desempenhos da economia brasileira e do agronegócio, a participação do setor no total alcançou 24,8% em 2022, abaixo dos 26,6% registrados em 2021.
O agrônomo e economista da Embrapa Pedro Vieira explica um dos fatores que colaboraram para esse cenário no Brasil. “O Brasil vinha produzindo 3 mil e 500 quilos de soja por hectare, em média. A safra 2021/2022 foi 3 mil quilos por hectare. Uma redução expressiva na produtividade decorrentes da Covid-19, invasão da Rússia na Ucrânia e frustação da safra decorrente de clima, basicamente isso”.
Para o economista Hugo Garbe dentre os fatores que impactam na redução o PIB do agro, também é possível destacar a guerra entre a Rússia e Ucrânia e seus efeitos. “São grandes exportadores de defensivos agrícolas e por conta da guerra esse preço acabou aumentando no mundo. O dólar é um dólar alto comparativamente ao pré-pandemia, também tem uma influência grande e ainda a gente não tem toda a cadeia de suprimentos normalizada. Então, de forma geral, esse custo ainda pesa no bolso do agricultor”.
Por outro lado, enquanto o cenário do agrícola registrou queda de 6,39%, o ramo pecuário avançou 2,11%. Esse aumento esteve atrelado ao aumento do valor bruto de produção e a redução dos custos com insumos. O resultado positivo se deu, sobretudo, ao desempenho da pecuária dentro da porteira e, em menor medida, dos agrosserviços.
Fonte: Brasil61