A efetivação do acordo entre Mercosul e União Europeia deve integrar um mercado de 800 milhões de habitantes com mais de US$ 100 bilhões de comércio bilateral de bens e serviços. Juntos, os dois grupos de países devem responder por cerca de 25% do PIB mundial. Os dados são do Acordo de Associação Estratégica entre o Mercosul e a União Europeia.
Diante desse contexto, em declaração conjunta, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação das Empresas Europeias (BusinessEurope) firmam apoio ao Acordo de Associação Estratégica entre o Mercosul e a União Europeia. O posicionamento é destacado durante visita da Presidente da Comissão da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, a Brasília, nesta segunda-feira (12).
Segundo a CNI, ao promover juntos o livre-comércio, países do Mercosul e da União Europeia cobririam quase um quarto da economia global e 31% das exportações mundiais de bens. A preservação do meio ambiente brasileiro e a promoção de padrões relacionados ao desenvolvimento sustentável e à proteção aos direitos humanos estão entre as exigências do acordo para os países que fazem parte do Mercosul e da União Europeia possam usufruir dos benefícios econômicos dessa relação.
“Estamos confiantes de que os compromissos acordados em 2019 permitem que ambas as partes promovam os fluxos bilaterais de comércio e investimentos, diversifiquem suas cadeias de suprimentos, sustentem empregos bem remunerados em ambas as partes, ao mesmo tempo em que efetivamente protegem o meio ambiente e atendem aos mais altos padrões de desenvolvimento sustentável”, diz a CNI em nota.
De acordo com o ex-secretário de Comércio Exterior e presidente do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos, Welber Barral, o acordo entre Mercosul e União Europeia é uma oportunidade para o Brasil dar competitividade à indústria nacional e ampliar a pauta de exportações.
“O acordo com a União Europeia seria o mais importante que o Mercosul poderia fazer. Primeiro, pela oportunidade de atração de investimentos. Ao atrair investimentos, você tem um efeito muito interessante, que é o comércio intra-firma, de partes e peças, montagem de produtos. Isso poderia ajudar muito na industrialização da região. Em segundo lugar, porque a União Europeia é um mercado exigente, que tem muitos requisitos técnicos e sanitários, onde você aperfeiçoa a competitividade da indústria brasileira”, defende.
Dados da CNI ainda apontam que, em 2022, o comércio bilateral entre Brasil e União Europeia atingiu um patamar recorde de quase € 90,5 bilhões. Já em investimentos, o país recebeu quase € 277 bilhões e investiu mais de € 132 bilhões.
Segundo o governo federal, a expectativa é fechar o acordo do Mercosul com União Europeia em 2023. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o governo brasileiro está engajado na conclusão de um acordo equilibrado.
“Estamos engajados com a finalização das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia, buscando assegurar o equilíbrio do instrumento”, diz.
Fonte: Brasil61