Novos desafios para um antigo problema de saúde pública. A malária ainda faz parte da realidade dos municípios acrianos. Em 2022, o estado do Acre registrou mais de 6 mil casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde, obtidos pelo Sivep-Malária. Nos primeiros três meses de 2023, foram registrados mais de 1.500 casos. O militar Marco Nascimento Pinto Júnior foi uma das pessoas que pegou malária e sofreu com a doença. Ele conta que adoeceu assim que chegou em Cruzeiro do Sul para trabalhar.
“Eu acordei um dia com uma forte febre, moleza, não conseguia sair da cama, não conseguia me levantar, me derrubou. E com isso fiquei ali, três dias de cama, mal, mas me passaram a medicação e fui me recuperando, recuperando e depois de quatro dias já estava em condições e voltei para a atividade normal.”
O Acre registrou, de janeiro a março deste ano, mais de 450 casos autóctones de malária por Plasmodium falciparum. Essa espécie está associada às formas mais graves da doença. O número representa um aumento de 84% no número de casos por essa espécie em relação ao mesmo período de 2022. Para Cássio Peterka, responsável pelo Programa Nacional de Controle e Prevenção da Malária do Ministério da Saúde, o combate à doença precisa ser mantido com a participação da população, profissionais de saúde e gestores.
“Conseguimos reduzir os casos pelo Plasmodium falciparum e precisamos avançar para alcançar a eliminação da espécie até 2030 e da malária até 2035 no País. Acredito que agora esse é o momento para falar da mudança de chave, é o momento em que a gente precisa trabalhar a eliminação.”
A malária é transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. Os locais escolhidos pelo vetor para servirem de criadouros são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira. O Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas de prevenção contra a picada do mosquito como o uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, repelentes e permitir que o agente borrife a casa. Ao apresentar sintomas como dores de cabeça e no corpo, febre e calafrios é preciso procurar rapidamente uma unidade de saúde e fazer o exame. Caso seja positivo, é necessário cumprir o tratamento até o final, mesmo que não apresente mais sintomas. O Exame e o tratamento são gratuitos no SUS.
Unidos vamos combater a malária!
Fonte: Brasil61