Na nova sessão da CPI que ocorre hoje, 31 de agosto, o G. Dias, Chefe do GSI na ocasião, foi novamente ouvido. Enquanto a oposição o acusa de negligência e até conivência por facilitar a entrada dos criminosos que destruíram prédios públicos, o militar, na tentativa de explicar por que não houve ações mais efetivas para impedir, culpou exclusivamente a Polícia Militar do DF e sua inércia em relação aos seus subordinados. Ou seja, ele deixou claro, embora de forma implícita, que considera a sua atuação incompetente para a função; caso contrário, a oposição estaria correta em suas acusações de conivência.
“Morrer se preciso for, matar nunca “
Em um certo momento, o general usou a frase atribuída a Marechal Rondon: “Morrer se preciso for, matar nunca “, para explicar por que, quando aparece nas imagens (que inicialmente foram negadas e posteriormente obtidas pela CNN), ele não deu voz de prisão aos invasores que estavam à porta do gabinete da presidência. Na ocasião, ele optou por utilizar o elevador para sair do local ao avistá-los. Segundo ele, naquele momento, a melhor abordagem era evitar conflitos e agressões, possivelmente evitando mortes, como sugere a frase de Rondon.
Prender o colega por adotar a mesma atitude que ele afirma ter utilizado seria válido? Como vimos, o Capitão Eduardo Natale de Paula Pereira já estava no local antes, sozinho, tentando impedir a entrada em algumas salas, sendo empurrado e derrubado. Ele até mesmo ofereceu garrafas de água aos invasores. No entanto, G. Dias, que tomou uma atitude menos efetiva do que o Capitão, afirmou que teria dado voz de prisão a ele se tivesse visto distribuindo água. Nesse momento, o argumento de manter a calma para evitar maiores danos não se aplicaria ao colega?
Imagine a situação: G. Dias dando voz de prisão ao capitão enquanto os criminosos destroem tudo à sua volta.
Presos em outro local?
G. Dias também afirmou que decidiu pela prisão em um andar inferior, não no mesmo andar onde ele e o Capitão Natale foram gravados. No entanto, o senador Magno Malta afirmou que nenhuma das pessoas presentes no mesmo pavimento que G. Dias estava entre os detidos naquele dia e posteriormente.
Ou seja, mesmo que tudo que ele diz for verdade, apenas confirmou que era totalmente incompetente para função, já que tudo que poderia indicar que algo iria acontecer estava claro e sob seu conhecimento