O show de lançamento do LP Guaipeca: uma ilusão autobiográfica, de Leandro Maia, acontece dia 8 de setembro (sexta-feira), às 19h, no palco do Teatro Oficina Olga Reverbel do complexo cultural Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, S/N). “Guaipeca: uma ilusão autobiográfica” é o espetáculo de Leandro Maia que celebra o lançamento de seu quarto disco, realizado através de financiamento coletivo. Ingressos à venda no site do Theatro São Pedro.
O show conta com participações de Marcelo Delacroix (voz), Ronald Augusto (voz), Maria Falkembach (performances) e João Marcos “Negrinho” Martins (contrabaixo acústico).
Vinculado ao documentário “Paisagens – O Filme”, dirigido por Juliano Ambrosini e Nando Rossa, da Bumbá Produtora de Conteúdo, o show comemora mais de duas décadas de carreira musical do artista e suas andanças pelo mundo com as faixas que compõem o álbum e também canções inéditas.
Guaipeca, por sua vez, será lançado exclusivamente no formato de LP – disco de vinil. Os discos estão à venda na página do artista, onde também é possível solicitar acesso virtual às músicas. “Guaipeca: uma ilusão autobiográfica” não será disponibilizado em outras plataformas de streaming, após uma avaliação do autor sobre o panorama do mercado digital.
O espetáculo apresenta o olhar de Leandro sobre o Brasil e o Sul Global, após quatro anos no exterior, tendo como mote sua entrada clandestina na Argentina em 2006, passando pelas experiências na Costa Rica, entre 2008 e 2011, sua permanência em Pelotas (RS) e suas passagens pela Inglaterra, Holanda, França e Espanha (2015 a 2019).
A convite da Embaixada do Brasil em San José, Leandro embarcará depois do show em turnê por três cidades do país centro-americano pelo programa de Diplomacia Cultural. Lá, apresenta em formato solo o show Zaguates Guaipecas – zaguate é o equivalente “tico”, expressão relacionada aos habitantes da Costa Rica, para vira-lata – em shows dias 12, 13/09 e 16 de setembro nas cidades de Heredia, San José e Alajuela.
As canções homenageiam personagens da literatura e personalidades da canção mundial como os costarriquenhos Walter Ferguson (1919-2023) e Max Goldenberg, Chartwell Dutiro, do Zimbábue (1957-2019) e os gaúchos Dona Conceição dos Mil Sambas (Pelotas), o riograndense Aparício Torelly, o Barão de Itararé (1895-1971), e Jerônimo Jardim (1944-2023), compositor gaúcho falecido recentemente e parceiro de Leandro na faixa Feito São Thomé.
O álbum é composto por 12 composições autorais, entre elas o Guaipeca que dá nome ao LP. As músicas Milagres do Barão de Itararé, Infinito e Além (Ia) e Perto de Você foram criadas com apoio do 1° Concurso Ibero-Americano de Composición de Canción Popular Ibermúsicas. Além da parceria com Jerônimo Jardim, outros parceiros compõem Guaipeca com Leandro: Pablo Lanzoni e Ronald Augusto.
A Costa Rica ocupa lugar de destaque na canção Raining in Cahuita, praia do Caribe onde Leandro teve a honra de conhecer o mestre do calypso Walter Ferguson. O músico gaúcho tem colaborado com artistas centro-americanos como Dionísio Cabal (em memória), Manuel Monestel, do Grupo Cantoamérica, e Stephie Davis, tendo recentemente produzido faixas para seu último disco “Queen of the Sea”.
Que bicho é esse?
Guaipeca é como se chama o cachorro vira-lata. Uma palavra de origem indígena, muito utilizada no sul do país para o “cachorro de rua”, “bicho solto”. Desde a vida sem documentação, no Brasil, antes de 2006 até o doutorado na Inglaterra, até 2019, Leandro relata diversas experiências como vira-lata em sua “ilusão autobiográfica”, passando pela conclusão de que sempre fora um vira-latino, mais do que um vira-lata.
Guaipeca é avatar, o alter ego, o duplo do artista escolheu para contar histórias em três eixos narrativos interligados: o amor, o humor e a política (crítica social), sendo o humor a grande novidade do disco, em canções como Lourdes e o Esquerdomacho, As vaca ouvindo Mozart e Minha Barba é meu Blush, dedicada à Rita Lee.
O escritor e professor de Literatura Luís Augusto Fischer designa Guaipeca, em seu Dicionário de Porto-Alegrês (2007), o “cachorro de raça qualquer, ou melhor, de raça indefinida. Mais raramente se usa para gente interiorana e bruta, não acostumada com a cidade”.
Conforme o memorável escritor fronteiriço Aldyr Schlee, em seu “Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Riograndense” (2019), o Guaipeca é um “cusco, cachorrinho, cachorro de pequeno tamanho e de raça indefinida”.
Em Guaipeca, não se trata de louvar o complexo de vira-lata criticado por Nelson Rodrigues, mas de celebrar a vira-latinice do sul global. Guaipeca não tem complexo de vira-lata. A vira-latinice guaipeca descoloniza, ao mesmo tempo em que problematiza identidades e estereótipos. Para o vira-latino, fronteiras não são barreiras ou divisórias, mas superfícies de contato.
Sobre Leandro Maia
Leandro Maia possui três discos autorais: Palavreio (2008, produzido por Pedrinho Figueiredo), Mandinho (2012, produzido por Leandro e Luiz Ribeiro) e Suíte Maria Bonita e Outras Veredas (2014, produzido por André Mehmari). Recebeu o 1º Prémio Ibermúsicas de Composición de Canción Popular, concedido pela Organização dos Estados Ibero-Americanos.
Recebeu o Troféu Brasil-Sul de Música como intérprete, melhor projeto visual e melhor disco infantil (para Mandinho). Possui cinco Prêmios Açorianos de Música (Grupo MPB, Revelação, Intérprete, Disco Infantil), um Troféu RBS Cultura e diversas indicações como compositor e melhor espetáculo. Em 2020, lançou o filme Paisagens, dirigido por Juliano Ambrosini e Nando Rossa.
Leandro Maia é PhD em Música (Songwriting) pela Bath Spa University, Mestre em Letras (UFRGS) e Licenciado em Música (UFRGS). É professor do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), junto aos Cursos de Bacharelado em Música e Especialização em Artes.
Capa Guaipeca – crédito: Lucas Bibi de Mello e Patrick Tedesco
Serviço:
Leandro Maia | Show de lançamento do LP Guaipeca: uma ilusão autobiográfica:
Dia 8 de setembro (sexta-feira), às 19h
Onde: Teatro Oficina Olga Reverbel do complexo cultural Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, S/N) em Porto Alegre (RS)
Quanto: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada)
Ingressos: theatrosaopedro.rs.gov.br/guaipeca
Faixas do disco:
1) Guaipeca
2) Perto de Você
3) Raining in Cahuita (para Walter Ferguson)
4) Infinito e Além (Ia)
5) On the same side
6) Deus na Laje – parceria com Pablo Lanzoni (música)
7) Feito São Thomé – parceria com Jerônimo Jardim (letra)
8) quem já viu – parceria com Ronald Augusto (letra)
9) Milagres do Barão de Itararé
10) Minha Barba é Meu Blush
11) Lurdes e o Esquerdomacho
12) As Vaca Ouvindo Mozart
Ficha técnica:
Produzido por Luciano Mello
Masterizado por Marcos Abreu
Gravado por Leandro Maia e Luciano Mello no Téu Téu Studio, Laranjal (Pelotas), entre julho e setembro de 2022
Editado e Mixado por Luciano Mello
Mixado por Luciano Mello no Quatro
Edição de vozes: Rodrigo Esmute Farias
Capa e Encarte, Arte e Fotografias: Patrick Tedesco
Guaipeca da Capa e Encarte: Rei Lucas Bibi de Mello e Tedesco
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