O Instituto Amazônia 21 desenvolveu uma plataforma inédita na América do Sul para angariar investimentos para financiar projetos sustentáveis em vários segmentos do setor produtivo da floresta Amazônica. A Facility de Investimentos funciona a partir de um blended finance, que são estruturas de financiamento misto que utilizam fundos não reembolsáveis e ações filantrópicas para atrair investimentos.
O especialista sênior do Instituto Amazônia 21 Fernando Penedo detalha o funcionamento da plataforma. “Ela trabalha com diferentes veículos e instrumentos financeiros, a partir do blended finance. Então é um ambiente de segurança jurídica, transparência, risco equilibrado, alto desempenho econômico e impacto significativo no ecossistema da Amazônia.”
Segundo Penedo, esse ambiente se localiza dentro do próprio Instituto Amazônia 21, a partir das relações humanas e negociações entre os diferentes atores. “Então tem uma relação com o sistema financeiro, com as ONGs locais, com as empresas locais, com os distribuidores de ativos. Ela se dá por meio da conexão entre diferentes atores fazendo o ecossistema de financiamento sustentável acontecer na Amazônia”.
Os recursos da Facility são captados de diferentes atores como filantropos, fundações, institutos empresariais, grandes fortunas, bancos empresariais, bancos de desenvolvimento, organismos multilaterais, entre outros. “Todo esse ecossistema de financiamento, de coinvestimento ou de doação se acomoda na Facility em diferentes veículos”, explica Penedo.
A estratégia é que a plataforma opere em três ciclos sucessivos e crescentes. O primeiro, com duração de 3 anos, tem a meta de captar R$ 79 milhões para o Fundo Catalítico, R$ 168 milhões para o Fundo de Investimento em Participações, e R$ 450 milhões para o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, totalizando R$ 697 milhões no primeiro ciclo. A expectativa é alcançar R$ 3,9 bilhões ao final do último ciclo.
Plataformas
A Facility de Investimentos trabalha simultaneamente com quatro plataformas que integram múltiplas ferramentas de apoio aos projetos, como empréstimos, participação acionária, garantias, seguros, programas ou fundos de garantia, doações, remuneração com base em resultados e suporte técnico.
- Plataforma de conhecimento: gera dados e informações quantitativas e qualitativas sobre a Amazônia, como riscos e oportunidades, por exemplo;
- Plataforma de assistência técnica: auxilia os originadores de projetos a criarem ativos financiáveis no contexto do desenvolvimento sustentável;
- Plataforma de investimentos: onde acontece de fato o blended finance, que irá acomodar os diferentes capitais para fazer os investimentos, os financiamentos e as doações aos projetos do território;
- Plataforma de engajamento multistakeholder: onde os variados atores se encontram e se alocam em diferentes funções dentro do ecossistema de finanças sustentáveis.
Como participar
Os projetos são selecionados de quatro formas: a Facility contacta os originadores um a um; os originadores podem procurar a Facility; seleção por meio de parcerias ou lançamento de edital.
“A própria Facility contacta os atores originadores daquelas iniciativas e começa a modelar um projeto que é financiável e que gera impacto na Amazônia Legal brasileira. Uma outra possibilidade é esse ator procurar a gente também. Uma terceira possibilidade é a gente operar com parcerias. E a quarta forma é lançar edital. Então, a gente já lança edital chamando projetos dentro de todo o regramento que a gente espera que aquele projeto atenda e ele pode ser beneficiado com o financiamento dentro dessa lógica de finanças híbridas”, detalha Fernando Penedo.
Os originadores dos projetos devem atender aos critérios de conformidade, compliance e integridade da Facility de Investimentos. Segundo Fernando Penedo, a plataforma possui vantagens tanto para os originadores, quanto para quem financia.
“É um ambiente seguro, de risco controlado, que faz gestão de impacto de forma muito madura. E tem oferta de diferentes tipos de capital. Então eu posso ofertar um capital filantrópico, coinvestimento, cofinanciamento, e eu posso combinar todas essas estratégias em um mesmo projeto. Na ponta, para o originador de projetos, a grande vantagem é que, no caso de um financiamento, uma Facility consegue, combinando recursos, aumentar o prazo de carência e diminuir a taxa de juros frente ao que é colocado diretamente para ele pelo mercado.”
Segundo o especialista sênior do Instituto Amazônia 21, a estimativa é que a Facility de Investimentos seja lançada agora em outubro de 2023. O Instituto Amazônia 21 é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para saber mais, acesse: institutoamazonia21.org.br.
Fonte: Brasil61