Desde o confronto entre Alexandre de Moraes e uma família em um aeroporto na Itália, muito tem sido discutido sobre a legitimidade de abrir um processo no Brasil contra eles.
Relembrando, o Ministro do STF e seu filho se envolveram em uma discussão que resultou em leves agressões físicas com outra família brasileira, envolvendo empurrões de ambos os lados, sem confirmação sobre quem iniciou as agressões físicas, embora as agressões verbais tenham sido admitidas pelos acusados. As imagens das câmeras, que mobilizaram as autoridades italianas, estranhamente, estão sob sigilo.
No entanto, é praticamente unânime que mesmo se a agressão contra Moraes e seu filho, na intensidade em que ocorreu, não tivesse sido iniciada por eles, deveria ter sido tratada na justiça italiana. Considerar tal incidente como um “ataque à democracia” seria o mesmo que dizer que Moraes é a própria democracia, o que seria contraditório, especialmente neste caso.
A insistência em trazer um caso tão trivial para o Brasil, para ser julgado na Suprema Corte, seria ridícula e, mais importante, grave, por várias razões:
Entre elas, está o fato de que outro ministro da corte autorizou que Moraes, o próprio ministro/juiz, atuasse no caso onde ele se apresenta como vítima, levando a Procuradoria Geral da República a recorrer da decisão, como noticiado pela Gazeta do Povo.
Outro motivo foi o embate entre membros da Polícia Federal, que foram mobilizados não apenas por se tratar de algo tão trivial, como mencionado anteriormente, mas também pelo fato de não terem utilizado um perito, optando por um agente que, em vez de fornecer confirmações, apresentou um storyboard – desenhos – para demonstrar o ocorrido. Isso é ridículo, considerando que as imagens por si só seriam mais elucidativas e áudios ou imagens adequadamente apresentados poderiam ser examinados por um perito, evitando contradições ou erros.
Finalmente, de acordo com a CNN, a polícia italiana afirmou que a confusão envolvendo o filho de Moraes no aeroporto teve apenas um “leve impacto nos óculos”. Se tivesse sido levado à justiça italiana, provavelmente teria sido considerado um mero aborrecimento, não “uma tentativa de derrubada do estado”.
Essa situação está começando a parecer que, em vez de um processo judicial adequado ou simples esquecimento do incidente, está ocorrendo um ativismo legal para justificar a abertura de um processo no local e foro incorretos, permitindo ainda controle sobre as decisões, enquanto dezenas de milhares de reais dos cidadãos podem já ter sido gastos em todo o processo.