Frequentadora do cemitério São Luiz, na Zona Sul da capital paulista, há mais de 50 anos, dona Graça Maria Alves, de 75 anos, notou melhorias na zeladoria do cemitério, recém concedido à iniciativa privada pela prefeitura municipal. No entanto, ela é cautelosa: “na época do dia de Finados, tudo é bonito”.
“Isso aqui era muito cheio de mato. Agora está todo capinado. Nesse lado não tinha cova, agora já ampliaram. Admirei. Mas nessa época do dia de Finados, tudo é bonito, tudo cuidado, as paredes, tudo é branquinho. Mas vamos ver como será no resto do ano”, disse.
No início do ano, a prefeitura paulistana começou a transferir para a administração privada todos cemitérios da cidade. Os 22 cemitérios da cidade foram concedidos pela prefeitura à iniciativa privada por um período de 25 anos. Quatro consórcios privados, vencedores da licitação, assumiram, desde 7 de março, a gestão, manutenção, exploração, revitalização e expansão dos recintos.
“Antigamente, quando era tempo assim do calor, você não passava em algumas partes do cemitério. O cheiro era muito forte. E quando chovia muito, como as covas eram muito rasas, a gente via, muito mesmo, ossos rolando por aí. E o cheiro era muito forte. Não era desse jeito como agora. Mas tem que ver se vai durar”, ressaltou a frequentadora.
Dona Graça tem dez parentes enterrados no cemitério São Luiz, incluindo seu marido, falecido há 15 anos. “Eu acho que quem está aqui está mais feliz do que a gente que está aqui fora. Eu venho sempre, sempre, venho aqui acender luz pra eles”.
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