Centro de Convenções do Hangar, o maior de Belém, no Pará. O evento Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) ocorria, em seu terceiro dia, na sexta-feira (10), com as rodadas de negócios entre fazedores da cultura que buscavam comprar ou vender seus produtos. Enquanto centenas de atores, músicos, escritores buscavam contratos, recursos para seus projetos, surpreendentemente, aparece uma das maiores cantoras populares do país: Fafá de Belém.
Na cidade que é seu berço, Fafá estava com Maíra Carvalho, produtora do projeto de sua cinebiografia, que já havia conversado com distribuidoras e produtoras presentes, mas contava com apoio da cantora na reunião marcada com o grupo Warner Media, um dos maiores do mundo.
Maíra, que produziu recentemente o filme O Homem Cordial, do diretor Iberê Carvalho, explica que a produção ainda está na fase de captação de recursos para finalização do roteiro que vai contar o começo da carreira de Fafá até as “Diretas Já”, quando a cantora passou a ser o rosto e a voz da redemocratização do país em 1984. Maíra afirma que a conversa com a Warner abriu ótimas perspectivas para o projeto, ainda em fase de pré-roteiro, na busca por financiadores.
Fafá atraia atenção por onde passava. Toda de branco, combinando com os cabelos da mesma cor e diversos colares, o sorriso e a famosa risada da belenense de 67 anos tomavam conta do centro de convenções. Mas, mesmo assim, antes de um almoço agendado, ela abriu espaço para conversar com uma comitiva de jornalistas. Sempre com uma paixão contagiante, Fafá falou sobre sua carreira, projetos no cinema, mercado cultural e Amazônia. “Ouça o Ribeirinho. Ouça o menino da floresta. Ouça, porque eles têm a solução”.
Cinebiografia
“Era um documentário, a princípio, e aí virou um filme inspirado na minha história. Ela [Maíra Carvalho, produtora] acha que pode falar com muita gente do norte, do sul, que as histórias são as mesmas. A xenofobia é o peso, é a medida errada, é o comportamento, todo mundo que não pertence, todo mundo que não pertence ao padrão. Então é o assédio, é o abuso que você nem percebe.”
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