Uma comitiva formada por representantes de empresas mato-grossenses, instituições de ensino e certificadoras do setor de mineração participaram de dois painéis na COP-28, dos quais um sobre blockchain e transparência na gestão de recursos ambientais para combater o aquecimento global e o outro sobre Mineração Responsável como Estratégia para Mitigação das Mudanças Climáticas. A participação teve por objetivo evidenciar os resultados positivos que acontecem no Brasil, tanto na área de certificação, quanto na de rastreabilidade do setor. “Queremos mostrar que é possível ter uma mineração de pequena e média escala responsável e, principalmente, que estamos em busca de inovação, certificação, e rastreabilidade do minério de ouro”, comenta Pedro Eugenio Gomes Procópio da Silva, diretor de operações da Fênix DTVM.
Segundo Eduardo Gama, CEO da Certmine, a comitiva também queria apresentar os integrantes brasileiros do Conselho Internacional de Rastreabilidade e Certificação Nacional de Metais Preciosos do Brasil (ICMTC). “Falamos sobre as empresas que fazem parte do consórcio, como funciona o processo de marcação física do ouro e sobre o processo de rastreabilidade em Blockchain”, pontuou Gama. Para o CEO da Certmine, os países europeus e toda União Europeia brigam por minerais críticos e transição energética, mas ninguém quer minerar no próprio quintal. “A Europa minera na Indonésia, na América do Sul e não oferece nenhum tipo de suporte para mineração artesanal”. Ele comenta ainda que um dos pontos de discussão foi a falta de suporte e as cobranças excessivas destinadas à mineração artesanal. “Nada tem sido feito para mudar este cenário. Fica aí uma nota de atenção para os países desenvolvidos. Caso queiram uma transição energética, é necessário que se desenvolva uma cadeia de metais críticos”, destacou Gama.
O professor da USP e representante do Nap.Mineração, Giorgio di Tomi, participou do painel sobre Mineração Responsável como Estratégia para Mitigação das Mudanças Climáticas. O bloco teve ainda a participação de outras instituições, como BTG Pactual e Vale. “A mensagem principal foi que os minerais e materiais críticos têm um papel fundamental na esperada Just Transition (transição justa) deste século. Sem eles não conseguiremos chegar às metas de transição energética e de controle de mudanças climáticas”, reforçou De Tomi. Na opinião do professor da USP, o setor precisa de uma transformação para que avance nesta Just Transition. “É fundamental que todos os atores entendam e colaborem para ter uma distribuição de benefícios mais equilibrada ao longo de toda a cadeia. E esse equilíbrio vai beneficiar os pequenos produtores, permitindo que eles atuem de forma mais responsável conforme as expectativas da sociedade”.
Fonte: Brasil61