O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o British Geological Survey (BGS) assinaram, durante o PDAC 2024, realizado no Canadá, memorando de entendimento para, inicialmente, estudar ocorrências de lítio e grafita na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Um estudo colaborativo será conduzido por ambas as instituições geológicas, onde o SGB ficará responsável por compartilhar dados e contribuir na criação de um modelo geológico 3D, que servirá como base para compreensão dos sistemas minerais existentes e para um futuro modelo hidrogeológico.
“Vamos estabelecer os objetivos, a área de atuação e o esboço geral. Esse planejamento inicial será desenvolvido detalhadamente em etapas subsequentes, especificando objetivos claros, objetos geológicos de interesse e estratégias de ação”, explicou Guilherme Ferreira, chefe da Divisão de Geologia Econômica do SGB.
Durante a atividade de campo, o foco será nas investigações relacionadas ao lítio e à grafita, que estão alinhadas com os objetivos da parceria. Os profissionais do BSG entraram em campo desde 14 de março, no Vale do Jequitinhonha. Eles se juntarão à equipe do SGB, criando uma sinergia entre as partes. Além disso, essa colaboração prevê suporte mútuo na orientação de pesquisadores.
“Esse esforço conjunto também contempla o apoio entre nossos pesquisadores e os do BGS, enriquecendo ambos os lados com experiências e dados valiosos. A colaboração já está em curso, com a equipe do BGS integrando-se às nossas expedições de campo e contribuindo para o desenvolvimento de relatórios conjuntos, fortalecendo assim a parceria e ampliando nosso alcance e capacidade de pesquisa”, destacou Guilherme.
O chefe de geologia do BGS, Jonathan Ford, disse que há uma enorme oportunidade de se avançar em alguns temas-chaves, com impactos sérios e significativos, como desenvolver uma compreensão aprimorada dos sistemas de depósitos minerais para pegmatitos de lítio e entender as interações entre águas subterrâneas e atividades de mineração, bem como uma série de outros assuntos: modelagem 3D, por exemplo, terras raras e grafita”, disse Ford.
O britânico também destacou a importância da atuação conjunta para contribuir com a governança social e ambiental. Para Rafael Duarte, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni), a atividade em questão marcou o início da colaboração entre os dois serviços geológicos, destacando-a como um dos primeiros projetos identificados por nossos pesquisadores para ser desenvolvido em parceria com o GBS. “A Assuni incentiva a promoção de contatos para facilitar a realização de projetos semelhantes em outras áreas de atuação do SGB, seguindo a metodologia tradicional de trabalho em cooperação internacional”, informou.
Os diálogos também contemplaram projetos desenvolvidos pela Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT). A diretora Alice Castilho apresentou um resumo das atividades da diretoria e discutiu quanto a áreas de interesse mútuo numa parceria ampla, que incluem hidrogeologia, riscos geológicos e prevenção de desastres.
Uma nova reunião será organizada para detalhar essas temáticas com a equipe do BGS. Adicionalmente, a DHT entregou ao BGS os resultados do Projeto Águas do Norte de Minas (PANM), uma iniciativa tomada em parceria com o governo estadual de Minas Gerais. O projeto visa apoiar a gestão integrada dos recursos hídricos na região norte do estado e culminou na aprovação de uma deliberação normativa que regula a outorga de direitos de uso da água na área.
Lembrando que a área de Lítio do Vale do Jequitinhonha é contemplada por este trabalho. Também participou do encontro Rafael Duarte, da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni), além dos pesquisadores da DGM Francisco Vilela, Vinícius Paes, Débora Matos (remotamente), Lucy Takehara e Izaac Cabral Neto; as supervisoras da Gerência de Geologia e Recursos Minerais de BH Joanna Araújo e Joana Magalhães; e a chefe da Divisão de Minerais Estratégicos, Ioná Cunha (remotamente). Pelo lado da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), estiveram presentes o assessor Márcio Cândido, os coordenadores-executivos Júlio Lana e Artur Matos; e o pesquisador Clyvihk Camacho.
Fonte: Brasil61