Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as vendas do setor somaram 5,1 milhões de toneladas em abril de 2024, um crescimento de 12,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado. A comercialização do produto no acumulado dos quatro primeiros meses do ano aumentou 0,2%. Entretanto, mesmo com queda na taxa do desemprego e o aumento da massa salarial, os principais indutores do consumo de cimento seguem impactados pela alta inadimplência e endividamento das famílias, além da persistente e elevada taxa básica de juros.
Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caíram 17,3% no primeiro trimestre de 2024, em relação a igual período de 2023. A retirada de recursos da poupança tem pressionado o mercado imobiliário em busca de novos fundings, que geralmente possuem um custo de captação maior, o que acaba encarecendo o financiamento de imóveis para classe média. Por outro lado, o programa Minha Casa Minha Vida ganha tração, retomando o importante papel na demanda do cimento.
Em um ano com tantas incertezas e embates políticos e econômicos, a indústria do cimento segue atenta às discussões sobre a Reforma Tributária, às metas setoriais de descarbonização e a implementação do mercado de carbono no País. “Após dois anos consecutivos de queda nas vendas e uma capacidade ociosa em torno de 35%, a indústria brasileira do cimento espera reverter este desempenho, influenciada pelos avanços em projetos de habitação e infraestrutura. O setor aposta no uso crescente de cimento e concreto na pavimentação rodoviária e urbana, à medida em que municípios e estados, como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Maranhão, Ceará, São Paulo e o Distrito Federal, lideram a utilização desses insumos”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
Fonte: Brasil61