A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), em sua mais recente edição do Anuário Estatístico, divulgou que o consumo interno de produtos de alumínio atingiu 1,4 milhão de toneladas em 2023, um recuo de 2,7% quando comparado a 2022, o que representa um volume de 40 mil toneladas a menos. Apesar da retração da demanda de produtos de alumínio, a produção brasileira de alumínio primário alcançou mais de 1 milhão de toneladas e cresceu 26% no último ano, somando um volume de 850 mil toneladas de metal. “O último ano foi de ajustes e acomodações no cenário nacional e internacional, e apesar do recuo no consumo de produtos de alumínio, o ano também marca um momento de virada para o setor. Além de encerrar um ciclo de crescimento marginal, conseguimos recuperar a autossuficiência no suprimento do metal e subir quatro posições no ranking global de produção de alumínio primário, e o Brasil figura agora na oitava colocação”, avalia Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL. Para Janaina, isso demonstra a resiliência da indústria brasileira do alumínio, que tem se preparado para atender à demanda nacional e estar bem-posicionada na cadeia global de suprimentos.
O Anuário indicou também que os investimentos no setor somaram R$ 5,6 milhões aproximadamente, 1,8% superior ao montante de 2022 e estão em linha com o ciclo de investimentos previamente anunciados, de aporte de R$ 30 bilhões na economia até 2025. O setor também contribuiu com 5,6% do PIB Industrial brasileiro e foi responsável pela geração de mais de 511 mil empregos diretos e indiretos, o que corresponde a um aumento de 2,1% em relação a 2022. O setor fechou 2023 com superávit comercial de US$ 2,7 bilhões (FOB), o que corresponde a um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. Em 2023, os embarques brasileiros do setor representaram US$ 4,6 bilhões (FOB), enquanto as importações registraram US$ 1,9 bilhão (FOB), uma queda de 25,7% frente ao ano anterior. Com isso, o saldo da balança cresceu 2,6%, para US$ 2,7 bilhões.
O consumo interno de produtos de alumínio avançou 6,3% no 1º trimestre deste ano e totalizou 386,9 mil toneladas. Este resultado marca o segundo trimestre consecutivo de crescimento interanual, e sinaliza a possibilidade de encerramento de um ciclo de crescimento marginal observado desde o final de 2021.
Todos os segmentos de produtos de alumínio cresceram em relação ao primeiro trimestre de 2022, em função do desempenho dos seus principais mercados consumidores onde também foi observado crescimento: Cabos (13,4%) – produto consumido pelo setor elétrico, que cresceu cerca de 14,4%; Extrudados (10,8%) – utilizado principalmente no segmento de construção civil (15,9%); Laminados (5,2%) – o crescimento deste segmento foi puxado sobretudo pela demanda dos mercados de bens de consumo (13,9%) e transportes (5,4%); Fundidos (0,7%) – impulsionado pelo setor de Transportes (5,4%) ; Pó/Uso Destrutivos/Outros (13,7%) – consumido no segmento de ferroligas e siderurgia. As exceções ficaram para as quedas registradas nos segmentos de máquinas e equipamentos (-13,8%) e embalagens (-1,2%).
“Se por um lado, o recuo da demanda de produtos de alumínio em 2023 reflete um processo de acomodação da atividade industrial após um longo período que oferece elementos de comparação atípica, por outro lado a melhoria de alguns indicadores econômicos, como redução da taxa de juros, recuperação do mercado de trabalho e o aumento da renda das famílias favorecem as perspectivas de um cenário mais positivo de recuperação, mas que ainda precisa ser confirmado nos próximos trimestres”, conclui Janaina Donas.