Um dos maiores programas de transferência de renda do país, o Auxilio Brasil, impacta diretamente na economia das cidades brasileiras e de milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade. Em 2022, o programa, que no governo Lula volta a se chamar Bolsa Família, bateu recorde, com 21,6 milhões de famílias contempladas. Uma delas é a do cearense de Quiterianópolis, Romário Beleza, 30 anos, contemplada pelo benefício.
“O Auxílio Brasil foi fundamental para minha família porque a gente pode ter um pouco de dignidade”, agradece. “Tendo oportunidade de comprar alimento, o que vestir, graças a Deus a gente teve essa ajuda que veio tirar um pouco dessa dificuldade que a gente estava passando”, conta.
O investimento do governo federal para a ação é de R$ 13 bilhões, com valor médio do benefício na casa dos R$ 607,14. Em relação ao Auxílio Gás, são quase seis milhões de lares beneficiados com o repasse de R$ 112, somando um investimento de mais de R$ 667,2 milhões. Os dados são do Ministério da Cidadania.
Das cinco regiões do país, o Nordeste é o que reúne o maior número de famílias contempladas pelos benefícios. Em dezembro de 2022, foram quase 10 milhões de famílias nordestinas beneficiadas, num total de R$ 5,95 bilhões repassados. Na sequência está o Sudeste, somando 6,28 milhões de lares contemplados, seguido do Norte, com 2,54 milhões, o Sul, alcançando 1,42 milhão e o Centro-Oeste, atingindo 1,12 milhão.
Estados
Levando em consideração os estados, a Bahia é a unidade federativa com maior abrangência de contemplados. São 2,58 milhões de famílias. São Paulo é o outro estado que ultrapassa os dois milhões de beneficiários. São 2,56 milhões de casas paulistas que receberam o Auxílio Brasil.
Política pública de Estado voltada a atender famílias carentes econômica e socialmente, o programa visa promover a cidadania com garantia de renda. Para ter acesso ao benefício, o proponente precisa atender alguns requisitos como apresentar renda per capita classificada como situação de pobreza e ter os dados atualizados no Cadastro Único nos últimos 24 meses. Desde janeiro de 2022, mais de 8 milhões de famílias foram incluídas no Auxílio Brasil.
Especialista em Orçamentos Públicos e Finanças, César Lima observa que os programas assistencialistas podem ser nocivos ao desenvolvimento do país já que são suportes sociais com uma porta de entrada, mas sem saída. O economista explica que o dinheiro direcionado para esse público poderia ser empregado de forma mais empreendedora.
“Não é que a pessoa deva passar fome. Se elas estão num estado de necessidade, têm que ser ajudadas, mas esses programas assistenciais tem que ter uma porta de entrada e uma porta de saída, de forma que essas pessoas não dependam somente desses recursos para sobreviver”, analisa. “A gente podia estar fazendo outras coisas com esse dinheiro. No momento em que estão sendo auxiliadas com esses recursos, as pessoas poderiam estar se profissionalizando, sendo munidas de recursos para abrir o seu próprio negócio”, defende.
Fonte: Brasil61