Diversas vítimas compareceram na delegacia de polícia e relataram que ajudaram a investigada financeiramente, para que ela conseguisse comprar remédios e realizar exames, mas que começaram a desconfiar da veracidade da sua doença. Foi possível averiguar também que campanhas e rifas foram realizadas para arrecadação de dinheiro, de forma a auxiliá-la no tratamento.
Em seu interrogatório, a autora afirmou que seu câncer de mama, já com metástase no intestino e pulmão, retornou no início de 2022, vindo a descobri-lo quando pegou dengue. A indiciada afirma que, em julho de 2022, iniciou o tratamento da doença no Hospital Araújo Jorge, local onde realizou sete sessões de quimioterapia, mas por volta de outubro daquele ano, o referido hospital havia perdido seu prontuário médico e encerrou seu tratamento.
Em documento encaminhado pelo Hospital Araújo Jorge à delegacia, foi informado que Camilla Barbosa não é e nunca foi paciente naquele hospital. Os responsáveis pelo hospital relataram diversas situações em que Camilla se fez presente no local, onde foi flagrada tirando fotos em uma maca no setor de quimioterapia, utilizando um cartão de identificação interno do hospital, em nome de terceiros. Devido às reiteradas e irregulares condutas praticadas por ela no interior do hospital, começaram a retirá-la da instituição.
Em busca e apreensão realizada na residência da investigada, diversos documentos e exames foram apreendidos, mas em nenhum deles é possível constatar que Camilla possua câncer. Vale ressaltar que a própria indiciada afirma não possuir qualquer exame/laudo médico que afirme o diagnóstico por ela relatado.
A imagem e qualificação da investigada está sendo divulgada conforme despacho do delegado que preside a investigação, em razão da primazia do interesse público sobre o particular, em conformidade com os ditames da Lei nº 13.869/2019 e Portaria nº 547/2021 da PCGO, tendo em vista ser possível que a investigada tenha feito outras vítimas.
Fonte: PCGO