As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul estão dificultando o trabalho dos radialistas no estado. Neste momento de calamidade pública, os serviços realizados por emissoras de rádio são essenciais para informar a população sobre os abrigos, locais seguros, doações, entre outros.
Em nota, a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) informou que as emissoras de rádio locais estão passando por momentos “complicados”, com chuva, enchentes e deslizamentos de terra atingindo os municípios do Rio Grande do Sul. Nesse cenário, a programação está voltada para comunicar as informações disponibilizadas pela Defesa Civil, prefeituras e governo federal.
Atualmente, a Agert possui 307 emissoras de rádios gaúchas associadas, localizadas em diversos municípios, como Porto Alegre, Pelotas, Uruguaiana e Passo Fundo.
O jornalista César Bresolin Salvaro, da rádio e Tv C.B.S de Sapucaia do Sul, explica que a emissora precisou fazer adaptações para continuar trabalhando, inclusive mudando o conteúdo que era focado em esportes e entretenimento, para falar sobre a situação do estado.
“Nós também tivemos pessoas da nossa equipe que foram atingidas pela enchente, perdendo tudo. Fizemos então a adaptação e desde o dia primeiro de maio, estamos com uma cobertura ampla sobre as enchentes na nossa região e também no Vale do Taquari. Também estamos fazendo muita ajuda humanitária, como com auxílio nos resgates através dos ouvintes”, explica.
Ele destaca que a mudança da cobertura foi bem aceita pelos ouvintes, que procuram as rádios para ter conhecimento sobre os resgates, pontos de distribuição de itens, situação das estradas, entre outros.
Áreas sem serviços de comunicação
Entretanto, algumas rádios relataram que estão com problemas para realizar a cobertura. Esse é o caso da jornalista Ariana de Oliveira, moradora de Lajeado. Ela explica que trabalha na Rádio Popular FM, localizada em Teutônia, no Vale do Taquari.
“Com as cheias em Lajeado, nós ficamos praticamente 9 dias sem água, sem luz e sem comunicação. A comunicação foi restabelecida um pouco antes da chegada da luz, por dados móveis apenas. Então eu fiquei uma semana sem me comunicar com o pessoal [de Lajeado]. Antes da chegada da luz, eu me desloquei para Teutônia para dar continuidade ao meu trabalho”, explica.
Ela afirma que outras cidades do Vale do Taquari também foram prejudicadas, o que afetou a comunicação (via Internet, dados móveis e ligação) entre os funcionários. “Eu fico aqui sobretudo por causa do deslocamento. As vias, as pontes estão muito instáveis. Também tem muito entulho nas ruas. Estou praticamente morando no trabalho”, completa.
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, existem 267.590 pontos sem energia elétrica no estado, cinco municípios sem serviços de telefonia e internet da operadora Vivo e um município sem serviços da Tim.
A jornalista Cris Viegas, da Rádio Mix FM de Porto Alegre, também está enfrentando problemas para se deslocar até o trabalho. Ela participa do Jornal Mix ao lado de André Machado, e explica que estão trabalhando de casa.
“As estradas foram bloqueadas, além de toda a destruição dos municípios. Então nós precisamos fazer o programa de casa. A nossa equipe montou um pequeno estúdio na casa do André na minha casa e assim a gente pode seguir trabalhando. Mas tivemos dias em que ainda estávamos indo até Canoas no Campus da Universidade Ulbra, onde ficam os estúdios da Mix Porto Alegre e por conta disso fiquei 7 horas na estrada”, informa.
O jornalista Sandro Sauer trabalha na Jovem Pan News Litoral, localizada em Imbé. Ele explica que a emissora está conseguindo trabalhar normalmente, apesar de faltas pontuais de energia elétrica.
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Fonte: Brasil61